O cantor sertanejo Marciano, que marcou a história da música sertaneja ao lado de João Mineiro, morreu aos 67 anos, em sua casa em São Caetano do Sul, São Paulo. A informação foi confirmada na rede social do cantor:
“É com imenso pesar que, em nota, confirmamos o falecimento do cantor Marciano, o Inimitável. Em breve, divulgaremos mais informações. Nesse momento, agradecemos o carinho de todos e pedimos orações à família.”
Segundo uma amiga da família, o velório acontecerá na Câmara Municipal de São Caetano do Sul.
O cantor, que nos últimos anos usava o título de “O Inimitável”, iniciou a carreira na década de 1970 formando a dupla Marciano e João Mineiro. Juntos, eles fizeram hits como “Ainda ontem chorei de saudade”, “Se eu não puder te esquecer”, entre outras.
O artista também é um dos compositores de “Fio de cabelo”, um dos maiores sucessos da música sertaneja. Com mais de 400 regravações, a canção de 1981 é uma das mais lembrada em bares e karaokês. “Quando a gente canta, o povão canta junto. É emocionante”.
Após a morte de João Mineiro, em 2012, José Marciano iniciou um projeto ao lado de Milionário (ex-dupla de José Rico, que morreu em 2015). O projeto dos dois foi chamado de “Lendas” e rendeu a gravação de um DVD em 2015, sendo lançado no mercado no ano seguinte.
O cantor Fabiano Martins, filho de Marciano, lamentou a morte do pai. Nos últimos anos, os dois travaram uma batalha judicial após uma publicação no Facebook. Marciano processou Fabiano por danos morais e pedia indenização de R$ 20 mil.
“Todos que me conhecem sabem da péssima relação que eu tinha com meu pai, mas estou muito triste com essa notícia. Por mais que éramos afastados, mas era meu pai. Morre um dos maiores cantores sertanejo desse país.”
“E é com uma imensa tristeza que informo ao meus amigos que meu pai sofreu um infarto fulminante nessa madrugada e foi morar com Deus. João Mineiro e Marciano ficará eternizado em nossos corações”, disse Fabiano.
Fã do Feminejo
Em 2017, durante uma aresentação em Brasília, Marciano afirmou ser fã do feminejo, que naquele ano, destaca diversas cantoras como Maiara & Maraisa e Marília Mendonça.
“Essas meninas que estão ‘estouradas’ são muito minhas amigas desde antes do sucesso. Conheço Simone e Simaria das turnês pelo Brasil. E Maiara e Maraísa iam aos meus shows antes de ficarem famosas. Quando eu as via, dizia que, se elas gravassem o primeiro CD, não ia sobrar para ninguém. Hoje sou eu que quero gravar com elas”, admitiu em entrevista ao G1 por telefone.
Na época, Marciano também reconheceu haver machismo no meio do sertanejo. Ele afirmou que a nova tendência entre as cantoras ajuda a manter o gênero atual. “Tinha muita gente que fazia música falando mal das mulheres. O público não quer mais ouvir isso. Para continuar fazendo sucesso, é preciso cantar o que o povo quer”, declarou.
“Eu nunca compus nada que denegrisse a mulher. Mulher tem de ser bem tratada.” (Por G1)