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‘É o pior momento que a gente está vivendo’, alerta prefeito de Presidente Prudente sobre agravamento da pandemia da Covid-19 na cidade

“É o pior momento que a gente está vivendo”, alertou o prefeito de Presidente Prudente (SP), Ed Thomas (PSB), na manhã desta quinta-feira (18). O chefe do Poder Executivo reuniu jornalistas, no Centro Olímpico, para falar sobre as medidas planejadas para conter o avanço da Covid-19 no município. Ele afirmou que a cidade permanece na fase amarela do Plano São Paulo, mas que vai endurecer as ações, e ainda fez um apelo para que a população contribua e não promova aglomerações.

Ed Thomas citou a campanha feita no município, denominada “Prudente aberta só depende de você”. Porém, disse que, “infelizmente, as pessoas não compreenderam isso, não estão agindo com responsabilidade”. “Aproveito esse momento, você que é dono de chácara, não alugue, não promova tanta música, aglomeração, de forma nenhuma, cumpra os protocolos. Nós não cumprimos e olha o que está acontecendo”, falou.

Conforme o mais recente boletim epidemiológico, atualizado nesta quarta-feira (17), Presidente Prudente já confirmou 12.556 casos positivos de novo coronavírus e 249 pessoas morreram em decorrência da doença na cidade.

O prefeito ainda colocou que medidas devem ser tomadas para que a contaminação da Covid-19 diminua e, consequentemente, caia o índice de ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Nesta quarta-feira (17), a Prefeitura decidiu estender até a madrugada o horário de fiscalização para coibir aglomerações e festas clandestinas no município. A ampliação foi adotada depois de uma reunião de emergência para tratar dos leitos hospitalares para tratamento de pacientes infectados pela Covid-19.

“Tem pessoas que são reincidentes. Por mais que no início quiséssemos ser educativos, e não punitivos, o momento mudou. Agora é com punição. É assim que as pessoas entendem. Será que precisávamos chegar a esse momento? Mas chegamos e nós vamos fazer algo. E vai ser, sim, mais punitivo, seja pela Vigilância [Sanitária], pela Sedepp [Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico de Presidente Prudente], isso vai acontecer. No final de semana, nós tivemos perto de 70 denúncias. E de ontem para hoje, falando do pico e com a imprensa ajudando, dizendo que a situação é difícil, nós tivemos quase 30 denúncias logo essa noite. Não é aceitável. Se tiver que tomar medidas, nós tomaremos, o Estado também vai tomar as suas medidas”, pontuou.

“É o momento de pensar no outro. Do menino, da menina, do jovem que vai para a festa, saber que ele pode matar o pai, que ele pode matar a mãe, que ele pode matar os avós, e pode matar alguém”, alertou.

O prefeito de Presidente Prudente enumerou algumas cidades da região e do Estado de São Paulo que precisaram retroceder de fase no Plano São Paulo.

Ed Thomas faz apelo para que população respeite aos protocolos contra a Covid-19 — Foto: Heloise Hamada/G1

“Nós temos cidades que fecharam, como Dracena, Ribeirão dos Índios, Tupi Paulista, Araraquara, onde foi detectada a variante. Nós não queríamos e não queremos Prudente nessa situação, de forma nenhuma, porque nós buscamos sempre trabalhar com a saúde e junto com a economia. As pessoas precisam [trabalhar], há muito desemprego, há muita fome, a gente entende isso. Será que não é para ter responsabilidade e pensar no outro, que você provocando uma festa, você está provocando o fechamento de lojas no comércio? Há um ano estamos nessa, está difícil para todos, mas não é só em Prudente, é no mundo, e somos nós que temos que resolver”, lamentou Thomas.

O prefeito também falou que Presidente Prudente permanece, por enquanto, na fase amarela do Plano São Paulo. Porém, ressaltou que retroceder também é uma decisão que cabe ao governo estadual. “Tomara [que não retroceda de fase], não somos nós que decidimos isso. É um comitê de contingenciamento do Estado que pode se manifestar, mas aqui nós teremos toda responsabilidade também para preservar a vida. Eu quero muito que as pessoas, que Prudente, que é a cidade polo, a cidade mãe, continue funcionando. Mas eu quero muito que as pessoas vivam. Não quero que as pessoas morram dentro de uma UPA [Unidade de Pronto Atendimento], dentro de um posto de saúde ou dentro de casa sem atendimento”, enfatizou.

Ed Thomas faz apelo para que população respeite aos protocolos contra a Covid-19 — Foto: Heloise Hamada/G1

Thomas afirmou que o impacto da pandemia em Presidente Prudente é reflexo de “toda uma região, de um hospital que recebe pacientes de mais de 40 municípios”. “Só que nós já estamos mandando nossos pacientes para as outras cidades. Conversando com o promotor da Saúde, Marcelo Creste, [temos] mais quatro leitos abertos em Presidente Venceslau, mandando gente para Rancharia, para Mirandópolis e outras pessoas vindo para Presidente Prudente. Então, a variante do vírus já pode estar entre nós. E nós não queremos que pessoas morram sem atendimento. A Prefeitura vai cuidar de 10 leitos. Um leito não é uma cama, não é só um respirador, são máquinas e profissionais que a gente não encontra para estar nesses leitos. Mas a Prefeitura vai fazer a sua parte junto com o Estado, com o governo federal, para que a gente tenha, acima de tudo, o que oferecer nesse momento, que é um momento, infelizmente, muito triste. É o pior momento”, pontuou.

O prefeito também frisou que a promessa de abertura de dez leitos na Unidade de Pronto Atendimento do Conjunto Habitacional Ana Jacinta depende do aluguel de equipamentos.

“É uma dificuldade para encontrar e o funcionário, o trabalhador da saúde para operar. Não há previsão [de abertura]. A previsão é: se não tiver responsabilidade, nenhum leito será suficiente, nem dez, nem 100. Nós tivemos aumento de leitos e tivemos demora para os leitos chegarem. Prudente é a região que menos leito tem. Mas UTI no país sempre foi uma dificuldade enorme, e agora pior ainda”, alertou.

Thomas falou novamente sobre a possibilidade de um lockdown na cidade.

Não resolvendo, nós vamos fazer, seja das 20h às 6h, que é o momento, do tal do ‘esquenta’, que as pessoas saem, nós o faremos com toda responsabilidade, mas o governo do Estado tem os seus protocolos de fase, então pode tomar a decisão. Não é o que nós queremos. Nós queremos uma economia que possa produzir, que as pessoas possam buscar o sustento. Mas, acima de tudo, eu quero preservar as pessoas que precisam de saúde. É de nossa responsabilidade fazer e cuidar deles”, finalizou.

(Por Heloise Hamada e Simone Gomes, G1 Presidente Prudente e TV Fronteira)

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