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Judiciário conclui etapa do Roteiro Único de Trabalho Humanizado na educação municipal de Mariápolis

Esforço busca incluir a comunicação assertiva, autonomia individual e cidadania plena na educação

Depois de um período de diagnóstico, diálogo, interações e capacitações, foi concluído na tarde de quarta-feira (15) uma etapa do “Roteiro Único de Trabalho Humanizado” na educação municipal de Mariápolis, projeto de iniciativa do Poder Judiciário da Comarca de Adamantina que desde 2018 se mobiliza para incluir a comunicação assertiva, autonomia individual e cidadania plena nos conteúdos da educação aplicados nas escolas.

As ações já foram aplicadas em seis cidades, mobilizando um universo de 400 profissionais da educação e cerca de dois mil alunos da rede pública de ensino. A iniciativa é liderada pela juíza Ruth Duarte Menegatti, da 3ª Vara da Comarca de Adamantina, e pela psicoeducadora Denise Alves Freire.

A solenidade de encerramento da etapa ocorreu com a participação das duas mobilizadoras, profissionais da educação e autoridades do município de Mariápolis, entre os quais o prefeito Ricardo Watanabe, o vice-prefeito Gilson Paulo, o secretário municipal de educação Rodrigo José Soares, secretários e diretores municipais de diferentes áreas, e ainda representantes da Polícia Militar do município.

Eixo referencial

No “Roteiro Único de Trabalho Humanizado” o conteúdo foi aplicado na “Ciranda de Ideias”, com o eixo referencial “A escola é ensaio para a condução de posicionamento na vida”.

Segundo as mobilizadores, estudos realizados permitiram concluir que uma parte considerável da sociedade perdeu a referência de educação relacional, comunicação assertiva, valores universais e poder de escolha, cuja “não referência” desencadeia um desnorteio nas relações interpessoais. Para as idealizadoras, a pandemia da Covid-19 evidenciou essas carências das relações humanas. “Entretanto é sabido que todos podemos aprender a ser, e isso faz toda a diferença no processo educacional”, destaca o conteúdo aplicado. “Compreendemos que é possível ensinar: compaixão, afeto, fé, perdão, honestidade, lealdade, gratidão, etc., por meio do desenvolvimento de habilidades e da construção de atitudes”, continua.

Para sustentar a criação desse trabalho, as mobilizadoras criaram o sistema de aprendizagem, cuja metodologia proporciona uma experiência educativa que não se limita a ilustrar a mente, mas que a leve a organizar suas relações com o mundo, por meio do exercício da alteridade, buscando um convívio harmonioso e possibilitando o conhecimento de si mesmo e do outro. “Acreditamos que esse trabalho viabiliza novas propostas de políticas públicas com alteração no programa curricular das escolas, com o alumbramento de implementação de disciplinas que induzam a construção da comunicação assertiva, autonomia individual e cidadania plena”, apostam.

Juíza Ruth Menegatti no encerramento da atividade

Realidade e desafios

Ao SIGA MAIS a juíza Ruth Menegatti destacou que a pandemia da Covid-19 se apresentou como fator determinante para a transformação do modelo educacional. “O Poder Judiciário da Alta Paulista compreendeu que o caminho é o fortalecimento da Nova Educação”, diz. “De forma ágil, abriu-se espaço para assistir os munícipios nas questões emergências e na continuidade do processo de informação, formação e transformação da docência, tanto na modalidade online quanto presencial”, continua.

De acordo com a magistrada, o projeto que aconteceu na rede pública de ensino de Mariápolis possibilitou a construção do diagnóstico qualitativo das reais necessidades para a retomada da Nova Educação. “Frente a essa realidade, vivida nos últimos dois anos, tivemos a suspensão de aulas presenciais, a necessidade de construção do ensino remoto, em seguida migrou-se para o híbrido e agora o retorno 100% presencial”, contextualiza. “A comunidade escolar perdeu a referência de educação processual e comunicação assertiva e mediada. Essa ‘não referência’ desencadeou um desnorteio nas relações ensino-aprendizagem”, aponta.

Os resultados apurados já permitem sinalizar os próximos passos, em Mariápolis. “A proposta de continuidade dos trabalhos para 2022 é um caminho para o resgate da parceria escola, família e aluno, respeitando as necessidades e especificidades do município”, finaliza a juíza. (sigamais.com)

Ruth Duarte Menegatti (Foto: Cedida).
Conclusão da etapa inicial do projeto em Mariápolis (Foto: Cedida).
Denise Freire (Foto: Cedida).

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