Acordar bem cedo e ver a aurora do nascer do sol, ver também o mato molhado anunciando o cuidado de Deus em mandar o orvalho diário para regar o vegetal que nos alimenta é uma manifestação espetacular da graça de Deus. Ele poderia muito bem não se ocupar com esse detalhe, mas Sua graça maravilhosa nos mostra que cada detalhe de nossa vida é importante para Ele.
É claro que o Calvário reflete a maior manifestação de graça jamais vista em todos os tempos, é o cumprimento de que um menino nos nasceu (Isaías 9.6), a exteriorização de que um Filho se nos deu. Deu de graça, nada pediu em troca. Ele nos amou de tal maneira… Essa tão grande graça se revela ao Ele dar o Seu melhor.
Um dos testes para saber se vivemos na graça é saber viver em unidade na diversidade. Muitos cristãos nominalmente nascidos de novo (novos crentes convertidos), têm dificuldade de conviver com quem tem um ponto de vista diferente do seu. A intolerância com os irmãos é inversamente proporcional à graça prática. Devemos irradiar graça para alguém, ainda que este sirva a Deus de maneira diferente da nossa, pois a ótica de Deus á acima da nossa miopia.
Temos a tendência de valorizar os defeitos daquelas pessoas que achamos ser sem graça. Criamos cercas e mecanismo de afastamento a ponto de não comungarmos as mesmas amizades e os mesmo lugares e sabores. De repente até achamos que o nosso “Deus não é o mesmo do irmão sem graça”. Ao invés de valorizar os defeitos, Deus os minimizava. Davi foi preciso quando diz o Senhor não nos tratou segundo as nossas iniqüidades (Salmo 103.10), ou seja, Ele nos deu graça, apesar de nossos erros, de nossa chatice, de nossos gostos tão diferentes.
Devemos ter a bondade de prontidão. Estarmos dispostos sempre a ajudar, tendo em nós a benignidade para encarar a todos sem discriminação.
Os filhos de Zebedeu (apóstolos, Tiago e João) antes de se converterem queriam queimar uma aldeia de samaritanos porque não quiseram recebê-los. Jesus, porém, foi absolutamente contrário a essa idéia. Certo irmão ao ser demitido de uma empresa amaldiçoou a mesma diante de sua portaria numa atitude sem graça. Conheci outro que disse: Toma cuidado comigo, sou “servo de Deus”. Ora, o verdadeiro não inspira ameaças. A graça nos faz dar pão ao soldado do outro exército.
Não somos grandes servos de Deus, somos servos de um grande Deus. Atitudes soberbas promovem o “eu” no lugar do “nós”, “faça o seu site pessoal, mas não por vanglória, não promova a si mesmo, promova a humildade. Façam um site contra a soberba e a autopromoção. O que mais me admira é que Deus resiste aos soberbos. Aos humildes, porém, Ele dá graça. Então a humildade é requisito para viver a liberdade da graça.
Nossas atitudes devem ser benignas para com quem pensa e age contra nossa maneira de ser. Tanto para com cristãos ou não cristãos. A pergunta: “qual a sua religião ou qual a sua igreja?”, perde o sentido diante da vida em graça. Nossas atitudes falarão mais alto que nossos dogmas.
A graça nos ensina a abraçar os diferentes. Não tenhamos um amor fingido. Se o seu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer (Romanos 12.9,20).
Pastor Samuel Pereira – Ministro do Evangelho