Em pronunciamento no Palácio dos Bandeirantes no início da tarde desta sexta-feira (17), o governador João Dória (PSDB) prorrogou a quarentena estadual até o dia 10 de maio. A medida está prestes a completar um mês, de restrições ao comércio, serviços e outros setores, e à circulação de pessoas, para desacelerar o contágio pelo novo coronavírus (Covid-19).
A quarentena estadual começou a vigorar em 24 de março, inicialmente com efeitos até 7 de abril, quando na véspera de encerrar esse prazo o governador decidiu prorrogar para mais duas semanas, o que se encerraria na próxima quarta-feira (22).
Em suas justificativas, Dória destacou que a medida restritiva segue recomendações técnicas diante das projeções de um pico de contágio por Covid-19, pontuando que, sem distanciamento social, a previsão de aceleração no número de casos vai provocar sobrecarga dos serviços de saúde e pode ampliar, de maneira expressiva, o número de mortos.
Comércio agoniza
De um lado as questões sanitárias. Do outro, os reflexos econômicos e sociais que já repercutem na vida dos cidadãos. A nova decisão anunciada por Dória mantém o isolamento da população e atividade econômica paralisada, sendo asseguradas apenas as atividades essenciais.
Esse ambiente faz o comércio agonizar, com fechamento definitivo de muitas empresas, endividamento e demissões de trabalhadores. Em Adamantina, os reflexos econômicos e sociais das medidas restritivas têm sido destacados pelo Sincomercio Nova Alta Paulista.
Nesta quinta-feira (16) o Siga Mais publicou sobre o tema, em reportagem onde destaca a saída do Sincomercio do Comitê de Contingenciamento Covid-19, instalado pela Prefeitura de Adamantina. O sindicato reconheceu as medidas sanitárias, mas pede socorro também à atividade econômica.
Sem respostas da Prefeitura, o Sindicato deixou o Comitê e pontuou críticas à ausência de iniciativas da Prefeitura em apoio ao setor. “Entendemos ser sim primordial salvar vidas, mas entendemos que salvar vidas é também garantir emprego, renda e comida às famílias do nosso município. O fechamento de empresas e o desemprego em massa, com toda certeza, trará consequências graves como fome, desesperança, doenças diversas, aumento da violência, além de inúmeros outros problemas que poderíamos aqui citar e que chegarão de alguma forma ‘na porta’ do Poder Público”, pontou Sérgio Vanderlei, presidente do Sincomercio (leia mais).
Coronavírus já mata 1 a cada 30 minutos em São Paulo, diz governo paulista
O Estado de São Paulo registrou nesta semana uma morte a cada 30 minutos pelo novo coronavírus. Os números desta quinta-feira (16), atualizados às 13h, somam 853 óbitos pela Covid-19, com um média de 60 por dia. Somente nesta quinta-feira foram contabilizadas 75 novas mortes.
Os números desta semana também mostram ainda que, a cada dia, há pelo menos 100 novas internações de pacientes. Na quinta-feira, eram 2,3 mil casos confirmados da doença internados em hospitais, sendo 1.115 em leitos de UTI e 1.264 em enfermarias.
Na quarta-feira (15), eram 2,2 mil internados. No dia anterior, 2,1 mil, o que comprova a demanda crescente.
O número de casos confirmados da doença chega a 11.568, ou seja, 2,6 mil a mais desde segunda-feira, quando eram 8.895 confirmados.
Já são 199 cidades com pelo menos um caso e 83 municípios com no mínimo um óbito. Entre as vítimas fatais, estão 507 homens e 346 mulheres. Os óbitos continuam concentrados em pacientes com 60 anos ou mais, totalizando 79,3% das mortes.
A relação de casos e óbitos confirmados por cidade pode ser consultada em: https://www.saopaulo.sp.gov.br/coronavirus/. (sigamais.com)