Morreu manhã desta quinta-feira (19) o Prof. Dr. Gilson João Parisoto, ex-diretor geral das antigas Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Adamantina (FAFIA) e Faculdades Adamantinenses Integradas (FAI), que antecederam a estrutura do hoje Centro Universitário Adamantina (UNIFAI).
Com as condições de saúde bastante debilitadas, Prof. Gilson estava hospitalizado na Santa Casa de Presidente Prudente, onde morreu na manhã desta quinta-feira.
Ainda não há informações mais detalhadas sobre velório e sepultamento, o que está sendo definido pelos familiares junto ao serviço funerário.
Gilson Parisoto instalou o campus II e inaugurou marco histórico
O Prof. Dr. Gilson Parisoto teve uma história toda ligada à educação, atuando como professor no ensino público, dono de escolas particulares, professor no ensino superior e diretor da antiga FAFIA, quando conduziu sua unificação com a Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia (FEO), criando a FAI (Faculdades Adamantinenses Integradas).
Nesse estágio envolvendo a unificação FAFIA e FEO e na direção da nova estrutura FAI, foram 10 anos sob sua condução (1997 a 2007).
Em abril de 2009, pela decisão estratégica e visionária, o Prof. Dr. Gilson Parisoto conduziu a aquisição pela FAI da área de 13 alqueires, uma antiga propriedade rural, onde instalou o campus II e inaugurou um marco histórico para a cidade.
Nessa mesma época, sob seu pulso filme, a faculdade ganhou quase 20 novos cursos (saltando de sete para 25 em atividade). No mesmo período foram construídos os prédios e laboratórios do campus II, da Clínica Veterinária e incorporado o campus III (antigo CSU).
Em reportagem publicada no site da UniFAI em 2014, falou sobre o processo de construção desse projeto. “Compramos o [terreno para a construção do] campus II e transformamos a imensa pastagem que era aquilo naqueles prédios todos, provendo todos eles com cursos, além de reformarmos e instituirmos o campus III”, resumiu o ex-diretor.
Com toda a bagagem acadêmica, capacidade empreendedora, coragem, ousadia e sensibilidade, o Prof. Dr. Gilson Parisoto descreveu na mesma reportagem de 2014 aquilo que foi combustível para a construção da estrutura da faculdade. “A FAI não foi feita só de sonho. Houve muita luta, muito trabalho, muita persistência, uma avalanche de teimosia”, completou. “Nós partimos do nada. Não havia nada. O que nós tínhamos? Uma pequena biblioteca e hoje se pode ver o tamanho da biblioteca. Laboratórios? Praticamente não existia nada e agora você vai lá e existem os laboratórios. E isso foi um desafio? É claro que foi. Mas foi tudo feito num trabalho incessante e é por isso que a FAI está lá”, ressaltou.
Uma das últimas atividades profissionais do Prof. Dr. Gilson Parisoto foi como diretor do CEALPA (Centro de Ensino da Alta Paulista/Faculdades de Ciências Gerenciais de Lucélia).
Gênio forte
Dono de um gênio forte e uma teimosia particular, o Prof. D. Gilson Parisoto deixou marcas de ousadia, empreendedorismo e coragem, que foram decisivas para a criação da FAI, a partir da unificação da FAFAI e FEO.
Sob sua liderança construiu o projeto físico da atual UNIFAI, com especial destaque ao campus II e campus III. Também conduziu com maestria política institucional da antiga FAI em âmbito local, com o Poder Executivo e Poder Legislativo, bem como junto ao Conselho Estadual de Educação (CEE/SP), onde passou a ter presença constante, sobretudo de aproximação aos conselheiros, condição decisiva para a autorização de novos cursos.
Criou a Editora Omnia, para publicações científicas da FAI, incorporou a Rádio Cultura FM à estrutura da faculdade e realizou eventos científicos, simpósios, seminários e congressos em Adamantina, inclusive chancelados pela UNESCO.
Era direto nas palavras, à quais sempre teve pleno domínio. Sempre se posicionou nos mais diversos temas, em momentos positivos e cenários de críticas, e fazia suas colocações com rigor – algumas de maneira bastante objetiva – e em outras situações se apropriava de metáforas contextualizadas que se convertiam em declarações bastante esperadas pela imprensa.
Colecionador
O Prof. D. Gilson Parisoto sempre cultivou uma paixão por objetos antigos, de relógios a carros. Frequentava habitualmente a feira-livre aos domingos, em Adamantina, onde se juntava a um núcleo de troca e compra/venda de relógios e rádios antigos, sempre se colocando como desembaraçado e acessível.
Chegou a ter diversos carros antigos, participava de clube de colecionador e fazia questão de vivenciar isso. Circulava pela cidade com suas relíquias sobre quatro rodas e chegou a realizar exposições de antigomobilismo que movimentaram o campus II.
Já no campus I, na recepção do núcleo midiático, fazia questão de propiciar e estimular uma coleção de objetos antigos, sobretudo rádios e equipamentos audiovisuais, colocando até mesmo peças do seu acervo particular para compor o ambiente de memória.
Foi escritor de livros, onde eternizou suas expressões de mais sensíveis sobre temas ligados ao amor, ao Criador, à natureza e outros temas. 14