Deus vê tudo, Deus sabe de tudo… Mas ele de fato se importa conosco?
Em nosso planeta vivem bilhões de pessoas que foram criadas, desejadas e que são vistas pelo Criador. Diante dos acontecimentos no mundo e de situações pessoais, muito se questionam: “Será que temos alguma importância para Deus?”.
Há muitas centenas de anos, um homem olhou para o céu estrelado. Ao ver aquilo, surgiu nele uma pergunta: “Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que ali firmaste, pergunto: Que é o homem, para que com ele te importes? E o filho do homem, para que com ele te preocupes”? (Salmo 8.3-4).
Enxergar o céu estrelado na Europa deixou de ser algo óbvio. A causa é crescente “poluição luminosa”. Há pouco tempo, astrônomos apresentaram dados incríveis: na Europa Ocidental quase ninguém consegue observar um céu estrelado claro. 99% da população dos EUA e da Europa Ocidental está impedida de ver o céu estrelado claro por causa da luz artificial ofuscante das cidades, povoadas e ruas. A claridade artificial engole a luz das estrelas ao fundo.
A metade dos habitantes europeus e dois terços dos norte-americanos não conseguem mais enxergar a olho nu a constelação junto da Via Láctea por causa da luz artificial. Os habitantes das cidades não conseguem mais ver as estrelas. Painéis luminosos e iluminação pública os atrapalham. Além disso, também lhes falta aquele sentimento de veneração que outrora levou o salmista a ficar extasiado diante do Criador do universo.
Os astrônomos esclarecem que o nosso Sol é apenas um dos cinco bilhões de outros sóis de nossa Via Láctea. A s estrelas na verdade são sóis. Nossa Via Láctea não é uma galáxia com grandeza especial. Ela é apenas uma entre 200 bilhões de galáxias. Essas galáxias, por sua vez, também estão repletas de estrelas. Será que uma pessoa isoladamente, estando num pequeno planeta de um pequeno sistema solar de uma galáxia medianamente suntuosa, pode afinal ter algum significado diante do Criador de todo o universo?
Deus criou o homem à sua imagem, é o que lemos no relatório da criação. Em 2013, estima-se que no Brasil foram apagadas entre 687 mil a 860 mil vidas ainda antes de terem nascido, por abortos provocados [estadão, 21/08/2015]. O que Deus sente por elas? Elas são importantes para ele? Nós somos importantes para ele?
No antigo livro do profeta Isaías, capítulo 49 versículo 16, consta uma frase que é muito usada em cartões postais e pôsteres: “Veja, eu gravei você nas palmas das minhas mãos”, ou “Vejam, escrevi seu nome na palma de minhas mãos”.
Essa frase consta na lista de versículos bíblicos favoritos. No entanto, ela adquire sua força somente quando compreendemos para quem Deus disse essa frase e em que situação se encontrava essas pessoas: Deus falou essas palavras para o povo de Israel quando este estava no pior estado em depressão. A terra de Canaã estava destruída. Os soldados babilônicos haviam invadido o santuário. O Templo foi profanado, a capital arrasada, a terra incendiada. As pessoas com capacidade produtiva foram levadas, em grupos acorrentados, para a Babilônia. Era o período do cativeiro babilônico.
O Salmo 137 descreve o sentimento das pessoas naquela ocasião: “Junto aos rios da Babilônia nós nos sentamos e choramos…” (Salmo 137.1).
A constante pressão sobre os israelitas era tão imensa na Babilônia que eles haviam perdido todas as esperanças. “Não!” diziam eles: “O Senhor me abandonou, o Senhor me desamparou” (Isaías 49.14). Esse é o fim de um relacionamento. É catastrófico precisar afirmar: “Sim, há anos eu imaginava que conhecia a Deus. Agora, porém, nessa situação, quando estou há anos pedindo a ajuda de Deus, sem êxito, preciso dizer: Deus se esqueceu de mim”! Isso significa rendição espiritual. Isso é o vazio total, escuridão amedrontadora, desesperança opressora, profunda decepção. Ali houve uma ruptura no relacionamento.
Continua em edição posterior…
Pastor Samuel Pereira – Ministro do Evangelho